Destino

Rebeca se afasta, de longe observa Matheus beijar Mariana.

Como se fosse brincadeira, tudo era brincadeira na verdade, um garoto de dezesseis anos que morava sozinho, que se sentia só e confuso. É como misturar vodka com limão, gelo e açúcar. Tudo é festa. E qual o sentido de amar? E qual o sentido de viver? Festa, diversão, bebedeira... Claro só pode ser isso. Quando se é dono da sua própria verdade o resto soa como mentiras. Escolhemos ser bons porque aliviamos assim o peso da nossa consciência. Mas, o que é ser bom? O que é ser ruim? Naquela noite Matheus se perguntou diversas vezes, mesmo que tropeçando nos próprios calcanhares.

Cap. I - Tento não ser um idiota, mas nem sempre consigo.

Algumas horas antes do beijo.

Estavam os três, Matheus, Lucas e Daniel, sentados em volta da pequena e redonda mesa de madeira. Meia hora após a chegada dos amigos um rosto familiar, não um amigo, mas um conhecido se aproxima do grupo:
- E ai caras, cheguei cedo de mais e tenho que esperar meus colegas. Enquanto isso, não tem um lugar ai sobrando? Posso me juntar a vocês e beber uma vodka?
- Porque não?! – Respondeu sorridente Matheus. Afinal em uma cidade com tanta gente metida e ignorante, amizades novas eram sempre bem vindas.
Foi assim, algumas horas depois de muita vodka, muita cerveja e conversa, descobriram que o nome do novo colega era Pedro, e por mais estranho que ele aparentasse ser, ganhou facilmente a simpatia do trio.
De onde Matheus estava ver a entrada do salão era inevitável, alias foi uma jogada estratégica, escolheu bem a mesa onde sentariam e ficou de frente com a porta. Não via a hora em que Rebeca chegasse. Estava ansioso ao ponto de roer as unhas.
Aos poucos os amigos, incluindo Pedro o novo colega, foram se dispersando pela festa, hora dançando, hora andando, hora tentando conhecer garotas. Matheus se manteve fiel ao seu lugar na cadeira junto à mesa, aflito. Mas a espera valeu à pena.
“ Como ela esta linda! Como ela é linda! Deus. “
Entrou radiante no salão. Seu vestido longo, florido e colorido hipnotizou Matheus.
Junto a Rebeca estava outra amiga, Mariana.

A aproximação.

As meninas caminharam em direção a mesa onde se encontrava o rapaz, ansioso, aflito e agora nervoso com chegada. Saltou rápido da cadeira e logo abraçou Rebeca, após o demorado abraço cumprimentou a amiga.
- Demoraram, já estou quase cansado há essas horas. – sorriu como se estivesse sendo irônico.
- Sabe como é né Matheus, mulheres. – respondeu retribuindo o sorriso.
Permaneceram em pé por algum tempo até resolverem pegar uma cerveja.
A essas alturas o garoto já estava um pouco alterado, para não dizer bêbado.

Continuação amanha.

Peripécia de um compulsivo!

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" Pierrot apaixonado " . Sou amigo do amigo, irmão do irmão... O que diz e fala. Esboço forte da vida sonolenta. Artista e pintor... Andarilho e amante. ... Talvez, cruzamos os olhares nas mesmas estrelas.